em minha defesa: o especial de dia das mães saiu originalmente no instagram, na data certinha sem atrasos. basicamente porque é tão mais prático e rápido postar no instagram do que no blog, e a resposta por lá é quase instantânea o que também é um fator que acaba estimulando e etc MAS não é disso que vim aqui pra falar.
pra celebrar essa data em que mundialmente dedicamos o dia a dar amor a nossas mães, decidi homenagear a minha de uma maneira não capitalista e bem repete roupa: reproduzindo alguns visus icônicos da minha mãe dos anos 80 e 90.
ao todo foram 6, que eu escolhi de uma seleção gigantes de fotos que minha mãe mandou por whatsapp. vai levar uns 5 dias das mães pra eu conseguir reproduzir todas as maravilhas que minha mãe vestiu, mas esses 6 foram minha tentativa mais honesta.
em 1997 minha mãe largou as crias na casa da sogra e fugiu pra europa com o amante (foi só pra passar as férias, o amante era meu pai e um mês na casa da vovó era melhor que ir pra disney). mamãe não tinha como nem queria gastar seu tempo e seu dinheiro comprando roupa na viagem, então levou uma mala enxuta que continha: duas saias (a da foto e uma midi), duas calças (jeans e preta), duas brusinha (a da foto e uma amarela de mangas longas), uma camisa branca, um vestido, um blazer vermelho e dois lenços. um mês inteirinho com essas 9 peças e alguns acessórios além dos lenços, ó que lindeza? ó que talento? ó que prólogo lindo pro que um dia seria a grande obra de sua filha, o @repeteroupa??? e agora conversemos sobre o styling desse visu nazoropa: esse óclinhos pendurado na saia, minha gente??????? essa gola alta e essa saia skater bemmm aninhos 90???? essa bolsa a tiracolo perfeita?? fiz o que pude pra emular tamanho estilo, mas tem coisas que são inatas, espontâneas, impossíveis de imitar.
era o fim do ano de 1987, pequena melzinha (eu) estava recém-parida e prestes a sair de casa pela primeira vez na vida, e minha mãe tava infeliz se recusando a sair porque......... tava se sentindo gorda. agora vocês olhem pra esse corpitcho de quem tinha acabado de ter um neném e me digam se é possível um negócio desses.
meu pai que não é bobo falou mas você pare agora mesmo encoste ali empine a bunda olhe pra mim com um sorriso maroto que nunca na vida você esteve tão gostosa e é agora mesmo que fotografarei tanta formosura pra te provar. e, pá, fotografou.
não sei exatamente COMO isso ajudou naquele específico momento de baixa auto-estima porque ele ainda teve que terminar o filme, mandar revelar e buscar as fotos antes de poder mostrar pra minha mãe quão linda a maternidade a havia deixado - não era tipo smartphone que você já manda um filtro descolado e mostra pra pessoa na hora a deusa que ela é. mas fato é que funcionou, e eu pude finalmente ver o mundo para além das paredes do apartamento onde eu estava em cativeiro desde que havia sido colocada no mundo.
nem só de visu bafão vive uma mulher, né, gente, a gente também precisa daquela roupitcha-conforto especialmente em dias como hoje quando o friozinho do outono decide chegar chegando.
então, pra acompanhar essa minha vontade de assistir um netflix com um snack e um cobertorzinho bem de boas, dessa vez eu reproduzi um visu sossego da minha mãe. a diferença é que ela tava num barco velejando os mares uma aventureira uma exploradora e eu tô no sofá comendo bolacha, cada qual com a juventude que merece, néam?
sensualidade pouca é bobagem e espírito sustentável vem de bônus - olha esse lenço amarrado na cintura de mamãe, um mega preview do que seria minha grande arte: a de amarração de lenços!
e digo mais: na minha versão do visu, o sutiã foi feito e pintado à mão por minha vó nos anos 60 e o lenço, repara bem!, é o mesmíssimo que minha mãe tá usando - só amarrei do meu jeitinho.
mamãe jovenzíssima no balcão dos drinks de um cruzeiro e eu não tão jovem assim no balcão da cozinha dos meus pais: cada qual com a juventude que merece, néam (já disse isso umas fotos atrás mas achei válido repetir).