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  • Foto do escritormelody erlea

semana 8 - contribuições das leitoras, respostas a perguntas que merecem respostas e otras cositas

uma das coisas mais legais que tem acontecido desde que eu comecei esse blog são as fotos e mini relatos que tenho recebido das moliéres maravilhosas que entram aqui pelo motivo que for. tenho poucas leitoras, mas as melhores fo shizzle.

a ana luiza mandou as reinvenções que ela fez com um vestido preto que estava guardado e com uma saia maxi estampadona que virou vestido. amei as opções de terceira peça e acessórios que ela pensou!

a mariana me mandou pelo insta essa foto dela usando um vestido como blusa e uma saia longa como saia midi:

a kika, amiga querida - inclusive, a amiga que foi a responsável por encontrar essa saia aqui e me avisar que ela existia, ou seja, amem - disse que ama a estampa desses vestido mas não consegue usar porque ele é de alcinha, e finalmente conseguiu vesti-lo - só que como saia. ela também disse que usou a mesma camiseta a semana toda e curtiu bastante a experiência. kika diva também mandou foto usando saia como vestido e todas nós amamos tudo isso, né, gente

a kika também deu a dica, pras meninas das coxas grossas que ficam ralando uma na outra, de umas cintas tipo modeladoras mas mais finas da marca demilus. o tecido é tipo de meia fina, as pernas são mais compridas, e não tem costura então não marca:

a mari, outra amiga minha, também deu uma dica parecida: "quando eu visto saia costumo usar um short que vende na área de lingerie das lojas e na prática serve pra diminuir medidas, mas ninguém merece ficar com um treco apertado o tempo todo. então eu compro um número maior que o que eu uso, pra ficar confortável, e isso previne o atrito em dias quentes, é ótimo. como é feito pra usar por baixo da roupa, mal tem costura e é bem fino, pra não marcar, ainda que firme, pq serve pra diminuir medidas."

dicas de quem realmente passa pela situação e arranjou maneiras de contornar o problema, ou seja, dicas valiosas.

além disso, recebi um pedido de uma leitora para ajudar com algumas peças do guarda-roupa dela que eram difíceis de usar, mas das quais ela gostava. recebi as peças por intermédio de uma terceira pessoa, o que significa que eu não encontrei e não conversei com a moça que pediu minha ajuda e também não pude ver as roupas que ela tem pra poder ajudar a pensar no uso das peças problemáticas. como já recebi o feedback de que eu sou alternativa demais, queria aproveitar essa chance pra mostrar o trabalho que fiz para outra pessoa, com estilo muito provavelmente bem diferente do meu.

ela me mandou um par de sapatos, um cardigan e um macaquinho, e ela não queria uma consultoria de estilo completa, queria apenas ideias pra usar essas três peças paradas no armário. sei que normalmente as meninas desse meu mundão usam o polyvore pra criar ideias de combinações de roupa, mas eu tenho dificuldade em trabalhar com roupas fictícias então preferi usar as minhas mesmo. isso de longe não é o ideal - que seria eu ir até a casa da cliente e ajudá-la a otimizar suas peças com roupas que ela realmente possui - mas já dá o ar de vida real que uma consultoria precisa ter.

comecei com os sapatos, mas honestamente achei esse par tão clássico - bico redondo, salto baixo - que cheguei à conclusão que o que a incomodava era o dourado todo nas tachinhas, então tentei mostrar que a melhor maneira de "anular" o exagero é usá-lo com roupas que demonstrem uma certa seriedade, ou juventude, ou urbanidade. aproveitei pra já montar alguns visus com o cardigan também e já resolver duas peças de uma vez só.

pensei em combinações para trabalho que pudessem facilmente ser replicadas pra outros ambientes, e que fossem confortáveis, claro.

iniciei com essa ideia clássica e básica da camisa e do blazer, mas quis chamar atenção pros pequenos detalhes que diferenciam: ao invés da camisa branca usual, optei por uma camisa rosa, e o blazer tem estampa e textura. esses pequenos elementos trazem interesse à roupa e começam a demonstrar a personalidade de quem usa. mas na verdade a cliente não gosta de camisa, então depois do esqueleto básico de como usar o sapato, peguei as informações que tinha sobre o gosto dela, as roupas que ela costuma usar e seu estilo de vida e parti pro trabalho.

comecei com calças - decidi ficar no básico do jeans e da calça preta, porque como eu comentei antes não pude conhecer o guarda-roupa da cliente, então apostei em peças que suponho que quase toda mulher tenha. fiz as versões com o sapato e blazer, e depois troquei o blazer pelo próprio cardigan que ela também queria ajuda pra usar. depois dessa, parti pras saias e vestidos. notem que eu tentei manter as mesmas peças em vários visus, pra criar uma ideia de armário cápsula (que tá na moda agora) e também pra mostrar que dá pra versatilizar muito com apenas algumas peças de roupa.

o sapatinho tá em todas porque queria mesmo indicar que ele é muito usável - o salto confortável faz com que ele possa ir pro escritório e sair à noite - e a saída noturna pode ser casual, como um barzinho com os amigos, ou mais fancy, tipo uma festinha ou balada. amei montar esses visus, mas ainda acho que o ideal seria testar com peças dela mesmo, inclusive pra poder experimentar - experimentar a roupa é essencial, gente: às vezes a gente jura que nunca usaria tal combinação, mas aí na hora de vestir se acha linda (o contrário também acontece, claro).

o macaquinho foi outra história. o que ela disse foi que ele parecia uma camisola, ou um baby doll, então eu pensei em maneiras de deixá-lo mais com cara de rua e menos com cara de preguicinha na cama. a primeira ideia foi pensar num contexto bem relax, bem informal, em que essa carinha de pijama dele não destoasse. praia, fim de semana na piscina, esses foram meus settings. com um kimoninho por cima e uma rasteirinha, o macaquinho pareceu completamente em casa. mas eu não tinha feito ele parecer menos pijama, só o coloquei num contexto que permitisse uma roupa assim tão casual. também tentei montá-lo de um jeito mais utilitário, com parka praquelas épocas do ano que faz calor e frio ao mesmo tempo agora. também pensei em complementá-lo com camisas de diferentes estilos e de diferentes maneiras.

outras maneiras que pensei de quebrar o look bedroom foi usá-lo, claro, como blusa. dessa maneira ele pode ir pro trabalho, pro barzinho, pro dia de tarefas, é só colocar uma calça ou saia apropriada a seja lá o que você quiser fazer

o que acharam? tem alguma peça parecida com essas e alguma ideia super legal de como usar? nós aqui do repete roupa (e quando eu digo nós quero dizer euzinha porque só tem eu aqui) queremos sugestões, perguntas, comentários, tudo que vocês tiverem pra compartilhar. inclusive depois de eu pensar em todas essas maneiras de usar o macacão, vi essa foto no instagram never ever pay retail do exato mesmo macacão em outra estampa sendo usado de um jeito super cool e fresco:

se você também tem uma peça de roupa que acha linda mas não consegue usar de jeito nenhum, me manda uma mensagem, um email, uma foto que eu ajudo! também faço a consultoria de estilo completa pra quem é de destrinchar um assunto do começo ao fim, queria só deixar essas dicas no ar.

além disso tudo, tenho tido conversas muito legais sobre sustentabilidade, viver simples, ter menos coisas e pensar melhor no nosso impacto e quero muito mesmo falar disso aqui em breve. o blog é sobre moda porque eu gosto de moda - não poderia fazer um blog de receitas e alimentação sustentável, finanças, home improvement, não porque essas coisas não estão relacionadas e profundamente envolvidas com a ideia de sustentabilidade, mas porque eu não sei falar sobre elas. no entanto, por mais que o foco do blog seja essa brincadeira do usar roupas de várias maneiras, fazer compras no seu próprio armário, reinventar roupas e consequentemente ter um relação melhor com elas (o que claro, reflete nos nossos hábitos de consumo, de como escolhemos gastar nosso dinheiro e quem merece recebê-lo, etc), o blog é, também, sobre minha jornada em busca de um estilo de vida mais simples, menos pomposo, menos supérfluo, e isso vai para muito além da roupa. mexe como a velocidade que vivemos nossa vida e nossa rotina, o que e como comemos, como utilizamos eletricidade, água, tv, celular, que adaptações fazemos e que adaptações não conseguimos fazer pelo motivo que for.

de maneira geral, essa jornada envolve muito auto-descobrimento, envolve descobrir os mecanismos da nossa auto-estima, significa repensar nosso lugar como cidadãos e indivíduos, rever nossas ideias de sucesso, riqueza, status, enfim, é uma mudança que parece pequena mas não é.

quanto mais eu avanço por esse caminho, mais difícil é sociabilizar com outras pessoas na maneira que nossa sociedade está montada, e olha que eu não sou nenhum bicho-grilo. não quero dizer que eu sou ÓOO A ILUMINADA e descobri a melhor maneira de se viver. não sou nem um pouco iluminada, estou começando a entender o que é a sustentabilidade e o viver simples, mas mesmo nesse comecinho já dá pra perceber que quando começamos a prestar mais atenção no nosso consumo, nos nossos padrões de consumo especialmente, e nas coisas que realmente nos deixam satisfeitos e felizes, é impossível também não prestar atenção nas atitudes e comportamentos das pessoas ao nosso redor. e me parece cada vez mais que estamos num mundo tão individualista, tão cada um por si, que me surpreende que vivamos nesse tal de mundo globalizado. as pessoas descartam ou ignoram oportunidades muito fáceis de demonstrar cidadania, respeito e educação, e não é porque elas não percebem, é porque elas deliberadamente preferem demonstrar outros lados do que é ser humano. tá todo mundo muito mais preocupado em ter coisas e exibir coisas do que ter comportamentos e exibir comportamentos. e eu começo a ver que tudo isso tá muito atrelado, tá muito junto, nós somos uma sociedade do ter e do criar lixo, e isso se reflete em TANTAS das nossas ações diárias.

tudo isso pra dizer que quero contar um pouquinho desse caminho que, pra mim, começou em 2013 com uma decisão que para muitos pode soar extremamente banal: parar de fazer chapinha. não alisar mais o cabelo. eu não sabia na época, mas essa decisão foi o ponto de partida pra uma mudança interna que eu só tô percebendo agora, em 2017.

sei que tem muita mulher por esse brasilzão que de uns anos para cá adotou o cabelo natural, então queria saber: essa mudança capilar trouxe outras mudanças? que efeitos uma decisão tão aparentemente simples teve na vida de vocês? aceitar o cabelo do jeito que ele sai da sua cabeça te fez perceber ou querer trazer alguma outra mudança na vida? conta aí, gente, que eu tô curiosa.

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