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  • Foto do escritormelody erlea

uma ode a high school musical

vejam bem, gente, quando o disney channel lançou high school musical, eu tinha 18 anos. era meu primeiro ano da faculdade. eu era, burocraticamente falando, uma ADULTA.


mas não importava. a magia da disney tinha mais uma vez me enfeitiçado e eu assisti esse filme absolutamente todas as vezes que passou na tv. não satisfeita, vi a versão dance along, na qual durante os intervalos comerciais os atores do filme ensinavam as coreografias das músicas.


e eu não assisti passivamente, não, eu dancei junto. eu aprendi.


agora, 15 anos após o lançamento do filme, eu pareço ainda não ter superado esse musical adolescente de baixo orçamento. e eu digo isso sem nenhuma gota de ironia, eu gosto mesmo desse filme, ele me diverte como nada no mundo.


a gente tem que apreciar um filme que era tão subestimado mas TÃO subestimado que foi lançado diretamente pra tv, com o nome provisório que os produtores tinham escrito à mão na primeira página do roteiro. high school musical foi uma proposta para um filme adolescente descrito como "uma versão genérica de grease, um musical de colégio americano" - ou, em inglês, um "high school musical".


a ideia era trazer a história de grease para o contexto dos anos 2000 e capitalizar um pouco umas cantoras adolescentes meio nada a ver que poderiam ser moldadas à perfeição pra ser o produto ideal. sem uma ideia final de título para a história, o filme passou a ser produzido com as palavras "aquele musical de colégio" escritas na capa, ao invés de um título, e no fim ninguém se deu a trabalho de inventar um nome pra história.


no fim, "high school musical" descreve exatamente o que o filme é: uma narrativa simples, sem grandes expectativas sobre si mesma, que se passa num colégio, em que os atores também cantam e dançam.


e de todas as canções - originais - do filme, duas me parecem as grandes obras-primas do pop teen comercial.


[daqui pra diante o texto tem spoilers, mas tamo falando de high school musical: não há nada que não seja altamente previsível na história]


a primeira é o dueto final, uma cena deveras emossionamt em que os heróis troy e gabriella por muito pouco conseguem chegar a tempo da audição final do musical da escola e encantar a todos os seus colegas, amigos, pais e professores.



troy acabou de ter um conflito com seu pai (que também é treinador de basquete no time do qual troy é capitão) e gabriella não consegue cantar porque nunca se apresentou na frente de tanta gente. SÓ EMOÇÕES.


também considero essa música como uma das únicas canções pop-chicletentas que não tem uma ponte que completamente destrói a música. a ponte de breaking free deixa a música ainda melhor. apenas uma primazia da composição pop adolescente.


mas a melhor música do filme - e da trilogia toda - é a seguinte:



é uma cena crucial no filme, quando sharpay, que costuma ser a estrela de todas as produções musicais da escola, descobre que troy, jogador de basquete estrela, e gabriella, geek da matemática, foram aprovados nas primeiras audições da peça de teatro.


isso causa tamanho fuzuê na escola e tamanha confusão nas mentes dos adolescentes em formação, que pessoas de "tribos" muito específicas começam a confessar seus hobbies secretos, seus guilty pleasures, e todo mundo começa a meio que se dar bem com todo mundo. ou seja: TENSÃO. além disso uma música adolescente que tem no título a expressão "status quo" merece meu carinho.


essa música não é só super legal por si mesma, mas essa cena do filme é definitivamente a melhor. a dinâmica toda da cena é muito divertida, tudo tá muito bem amarradinho, porém o que eu gosto mesmo é que é nesse momento que a gente conhece os melhores personagens do filme.


esse garoto simpático e claramente preocupado (afinal ele está prestes a fazer a maior confissão de sua vida) é jogador do time de basquete também, e embora ele tenha sido meio esquecido nos filmes seguintes, ele tem algumas das melhores participações e é um personagem que devia ter sido muito mais explorado. nessa música ele finalmente conta pros amigos que a paixão dele é cozinhar, e todo mundo fica tipo NÃOOOO, e eu não. consigo. entender. quem não gosta de amigos que cozinham? amigos que cozinham doces ainda por cima! esse time de basquete é o maior conjunto de gente panaca do qual eu já ouvi falar. ou talvez essa seja uma das sabedorias que vêm depois dos 30: a gente aprende que amigo que cozinha é TUDO DE BOM.


a menina estudiosa que confessa amar hip hop, ao contrário do coadjuvante jogador de basquete, teve uma participação maior nos filmes seguintes - afinal, a menina acabou de dizer que ama dançar, só me faltava eles não deixarem ela dançar cada vez mais, né. além do que, ela tem muita ginga, gente., muita mesmo. mas o que eu mais gosto na parte dela, são os amigos que se recusam a aceitar esse lado obscuro da garota, em especial, esse nerd ruivinho que tá realmente compromissado a tirar essas ideias absurdas da cabeça dela:


os astros dessa cena, no entanto, são os skatistas maconheiros. não apenas o cara bacana que confessa tocar violoncelo - inclusive, fica aqui a dúvida: como ele conseguiu esconder isso dos amigos por tanto tempo? não é exatamente um instrumento fácil de disfarçar, a não ser que você nunca convide ninguém pra ir na sua casa.



porém o rapaz que mas me encanta nessa cena toda é esse pothead skater, que sinceramente tem cara de quem super ia curtir saber do amigo e do violoncelo e ia responder algo do tipo "só, cara, bem maneiro":



mas ele fica chocado, CHOCADO, quando descobre que pra tocar o tal do instrumento o amigo dele tem que usar: terno e gravata. como ele se atreve a trair de maneira tão nefasta o dresscode dos skatistas?


diante das grandes comoções de seus colegas, sharpay, a mean girl da escola, fica cada vez mais perturbada e incomodada - só não sei se é ainda porque seu papel como protagonista do musical está ameaçado ou se porque todo mundo na escola tá cantando e dançando no refeitório e ninguém parece perceber o que está acontecendo.


ou seja, esse filme: apenas maravilhas.

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