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  • Foto do escritormelody erlea

muito além de penny lane: o estilo das band aids em quase famosos


é maravilhoso que 23 anos depois de seu lançamento, o figurino do filme quase famosos siga sendo um dos mais icônicos do cinema - tipo, o filme cunhou o termo “casaco da penny lane” e trouxe de volta à moda, por mais de 20 anos, uma tendência nichada dos anos 60 e 70 que foi o casaco afegão.


não conheço uma mulher que não desejou um casaco da penny lane, e essa expressão adquiriu um significado semiótico muito mais abrangente e profundo: ele não é apenas um modelo de casaco inspirado nos casacos afegães dos anos 60. o casaco da penny lane é um nome que representa qualquer casaco que consideremos nossa armadura, nossa proteção, nosso companheiro de aventuras e desventuras. um casaco da penny lane pode vir em qualquer modelo, desde que seja um casaco que nos abrigue e nos prepare pra encarar o mundo.

é inegável que o casaco da penny lane deixou sua marca eterna na história da moda, mas a verdade é que o figurino de quase famosos vai muito além de penny lane e seu casaco.

enquanto a penny lane tinha um estilo boho, meio romântico, bem condizente com as tendências de anti-moda da cena de rock e folk dos anos 70, outras das band aids se expressavam visualmente de maneiras tão ou mais criativas, cada uma com seu toquinho pessoal.

eu lembro, todas as vezes que assisti ao filme mas especialmente na primeira vez, aos 13 anos, de me sentir hipnotizada pelo estilo da shapphire, interpretada por fairuza banks. parte do interesse vinha de jovens bruxas, o outro filme em que fairuza me enfeitiçou (e cuja estética e figurino me influenciou para todo o sempre]), mas outra grande parte vinha da personagem em si.


eu fui a tal nível influenciada pela personagem, que na adolescência cheguei a ter um blog em que assinava como sapphire kkkk

a sapphire tem algo sombrio dentro dela - e eu jamais esquecerei o momento em que a conhecemos, no backstage de um show do black sabbath, vestida da cabeça aos pés em renda preta, da caça boca de sino ao poncho. ela não tem medo de exagerar, nem na personalidade nem no visual - casaco de franjas coloridas? check, chapéu de cowboy? check. franjas, transparências, pele aparecendo? check. plataformas, óculos escuros enormes, mix de bijuterias, colares e braceletes boho? check. e o cabelo, preto, longo, com uma franja cobrindo o metade da cara. sapphire é praticamente uma pré-gótica, o mais próximo de uma garota alternativa deprê que dava pra ter em meados da década de 1970

e assim, pensa numa mulher que ama música. AMA mesmo, sabe?


outra das band ainds que me influenciou permanentemente foi polexia, personagem de anna paquim. polexia era a garota vintage da turma - e lá nos anos 70, vintage significa anos 50 pra trás. polexia desfila com versões setentistas de roupas dos anos 30 e 40, e cores pastel e modelagens românticas e retrôs.


polexia é sensual de um jeito peculiar, doce, e o figurino dela foi pensado pra causar essa sensação de que ela tá derretendo na gente. polexia é doce, mas com um toque de loucura, e enxerga muito além do que a gente imagina - e é com esses olhos afiados que ela encontra seus tesouros de brechó (slip dresses, bolsas, sapatos) que são misturados com chapéus e óculos contemporâneas dos anos 70, num mix de cores pastel e peças de veludo que criam uma estética muito única.


polexia é uma boneca vintage afrodisíaca, meio misteriosa, meio peculiar, e seu estilo, que traduz toda essa mistureba, é um deleite para os olhos - e me ensinou muito sobre usar vintage sem se fantasiar, atualizando as referências e montando looks atuais com itens antigos.

talvez não seja coincidência que no meu estilo atual, para além de referências do punk, eu ame misturar um vintage com um boho, uma bota de cowboy com um kimono, um boca de sino com uma camiseta de banda, uma minissaia com um casaco vintage... e se der pra completar com meu casaco penny lane, melhor ainda. penny, sapphire e polexia vivem dentro de mim e do meu armário.






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