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  • Foto do escritormelody erlea

issey miyake, gênio criativo entranhado na cultura pop



em 1983 jean michel-basquiat foi fotografado por yutaka sakano em tokio, num encontro cujas fotos só seriam publicadas e expostas em 2018. 30 anos depois de sua morte, basquiat ainda conseguiu abalar o mundo da arte e da moda. o cenários das fotos: um fundo infinito e uma lata de tinta. os luquinhos: da cabeça aos pés de issey miyake. mais de uma vez basquiat foi fotografado com seus ternos issey miyake machados de tinta - era parte de sua persona artística desconstruir a ideia do terno como vestimenta intocável da elegância do homem branco burguês.


na década de 1980 steve jobs foi visitar as fábricas da sony no japão e ficou encantado ao ver todos os funcionários de uniforme. akio morita, presidente da empresa, explicou que a cultura do uniforme estava enraízada nas fábricas japonesas desde o pós 2a guerra mundial. conforme as coisas retornavam ao normal e a população era encorajada a voltar a trabalhar, a classe trabalhadora ainda sofria com a falta de oferta de muitos itens básicos, inclusive roupa - especialmente do tipo pra usar todo dia no chão de fábrica. as empresas passaram a oferecer uniformes, que com o tempo se tornaram únicos e particulares de cada marca. além de criar uma ideia de equipe, o uniforme foi uma maneira de fazer todos os funcionários trabalhando no mesmo espaço criarem vínculo.


a roupa que ganhou o coração de steve jobs era uma jaqueta multifuncional, com muitos e grandes bolsos e mangas destacáveis, transformando o casaco em colete - o criador da peça? issey miyake. jobs ficou tão fascinado que chegou no estados unidos e chamou todos seus funcionários pra uma palestra: ele queria convencer todo mundo da magia do uniforme. porém, os eua não sendo o japão, ninguém curtiu a ideia. sobrou pro cara adotar o uniforme ele mesmo: encomendou a issey miyake 100 blusas pretas de manga longa e gola alta e nunca mais vestiu outra coisa.


preferido de gente como basquiat, gêmeas olsen, robin williams, grace jones e jody watley, issey miyake trouxe um olhar completamente poético e não usual à moda: dos plissados arquitetônicos aos desfiles teatrais, das roupas-origami às fluídas, não havia nada em seu trabalho que não enchesse os olhos e fizesse o cérebro viajar. fica esse pequeno adeus a esse admirável artista, que seguirá vivo na cultura pop.




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